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sexta-feira, 30 de julho de 2010

Fotos do Encontro Internúcleos Feministas do Psol Paraná realizado em Curitiba!





08 de Março: Por uma sociedade de todas as mulheres! Relembrando bandeiras históricas do feminismo em nosssa campanha à deputada estadual!


No dia 08 de março, nós mulheres feministas, revivamos a dura realidade das mulheres exploradas pelo capitalismo, pelos patrões nas fábricas, nas casas de família, na exploração direta de seus corpos pela exploração sexual e pelo tráfico internacional de mulheres, que mutila corpos e sonhos na busca de uma vida melhor. Reflitamos sobre o desemprego que atinge mais severamente as mulheres em tempos de crise mundial, principalmente as mulheres negras, que sofrem duplamente o preconceito e o racismo. Lembremos das mulheres que não foram acolhidas pelo Estado quando denunciaram seus “parceiros” e que foram duramente assassinadas, ou das mães que não tem “creche” para seus filhos quando precisam trabalhar. Reflitamos sobre a violação dos direitos da mulher quanto deputados homens querem criminalizar a todo custo aquelas que de alguma maneira tiveram o aborto atravessado em suas vidas. E, por fim combatamos a educação sexista, homofóbica que persegue nossas companheiras lésbicas e bissexuais! Não nos conformemos com a opressão de gênero e de classe! Viva a luta das negras, indígenas, pardas, lésbicas, trabalhadoras, mães solteiras, mas acima de tudo mulheres!

- Pelo fim da CPMI do Aborto que quer prender mulheres que sofreram aborto por meio da investigação criminosa em prontuários antigos, quebrando sigilo ético de seus prontuários médicos!

- Pela garantia absoluta de acesso dos filhos às vagas do Centro de Educação Infantil!

- Não à criminalização do aborto!

- Pela liberdade de orientação sexual!

- Pelo fim da educação sexista e homofóbica, por uma educação laica!

- O Programa Nacional de Direitos Humanos deve manter espaço contra a criminalização do aborto, não deve ser instrumento eleitoreiro do governo Lula!
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Como vivem as mulheres hoje?

As condições de liberdade e os direitos da mulher já foram muito mais restritos do que vivemos hoje. Sim, temos vitórias, obtivemos avanços. Porém, a realidade de muitas mulheres, no Brasil e no mundo, mostra que algumas conquistas não são para todas. Ouvimos falar em igualdade de gêneros e que a mulher alcançou seu lugar na sociedade. Mas que lugar é esse? Essa igualdade entre homens e mulheres acontece de fato?
Igualdade estranha essa em que é sempre a mulher a responsável por cuidar da casa e dos filhos, e no mercado de trabalho, onde ela conquistou seu lugar, a mulher chega a receber 35% a menos que o salário médio de um homem na mesma profissão. Mais estranho ainda, saber que no Brasil, à cada 15 segundos uma mulher é espancada por um homem. Mas, como dizem: em briga de marido e mulher, não se mete a colher.
E já que é a mulher quem carrega uma gestação por nove meses, sofre todas as mudanças de vida e de corpo para depois cuidar dos filhos (muitas vezes, sozinha), por que não é a própria mulher quem decide por isso? Porque não é aceito que a mulher decida sobre seu corpo e sua vida? Você sabia que se uma mulher decidir por não ter um filho e realizar um aborto ela pode ser presa? Esta em vias de criação a CPI do aborto, para criminalizar e punir ainda mais as mulheres que optem por tal prática. O número de abortos realizados por ano passa de um milhão só no Brasil. Destas mulheres, cerca de 200, em sua maioria pobres e negras, morrem vítimas de complicações resultantes de procedimentos clandestinos. Por conta desta situação alarmante de saúde pública no nosso país, na elaboração do III Plano Nacional de Direitos Humanos, lançado em novembro de 2009, a própria sociedade se organizou e reivindicou a legalização e descriminalização do aborto. Uma defesa da vida dessas mulheres que optam por não terem seus filhos! Mas o estado brasileiro se mostrou submisso aos setores da Igreja que o pressionaram e o governo Lula retirou o ponto que tratava da legalização do aborto. Desta forma, milhares de mulheres continuarão pondo suas vidas em risco! Mais recentemente, em maio deste ano, acaba de ser aprovado na Comissão de Seguridade Social e da Família o Estatuto do Nascituro, um projeto elaborado pelo deputado Luís Bassuma (PT- BA, atualmente no PV) e Miguel Martini (PHS-MG), que determina o nascituro como portador de direitos desde a “concepção”. Essa definição extirpa até as duas únicas situações atuais em que o aborto é legal em nosso país: em caso de estupro ou quando há riscos para a vida da mãe. Isso fere diretamente a autonomia feminina no que diz respeito ao direito de decidir sobre o próprio corpo. E com a criminalização e falta de apoio do Estado no que se refere a condições de saúde necessárias para um aborto seguro, muitas mulheres se submetem a métodos arriscados de aborto, como chás concentrados e uso abusivo do Cytotec, o medicamento abortivo mais utilizado hoje. Veja bem, não se trata de defender que toda mulher faça aborto, mas sim, que ela tenha a possibilidade de fazê-lo com acompanhamento médico e psicológico adequados para tomar tal decisão. Reivindicamos a necessidade de meter a colher, SIM em toda essa situação!!! E lutar contra a opressão e exploração que as mulheres sofrem todos os dias em suas casas e nos seus trabalhos.

Chega de violência contra a mulher!
Pela ampliação de delegacias da mulher e que fiquem abertas 24 horas;
Para profissões iguais, salários iguais!
Contra a CPI do aborto; contra a criminalização da mulher.
Pela integralidade do III Plano Nacional de Direitos Humanos! A mulher deve ter o direito de decidir sobre seu próprio corpo; Com educação sexual para prevenir, contraceptivos para não abortar e aborto seguro para não morrer.
Pela libertação da mulher do trabalho doméstico; que o Estado se responsabilize e construa creches, restaurantes e lavanderias públicas.



segunda-feira, 26 de julho de 2010

Lançamento de Valmor Venturini lota SindPRevs!



O lançamento aconteceu neste sábado, 24/07, e contou com a presença de militantes de movimentos sociais, do PSOL, familiares e amigosO PSOL lançou neste sábado o médico veterinário Valmor Venturini como um dos candidatos ao Senado pela sigla em 2010. Estiveram presentes familiares, amigos e militantes de movimentos sociais e do PSOL. Luiz Felipe Bergmann, candidato a governador pelo PSOL, saudou a atividade, apresentando uma sistematização das principais idéias que vem defendendo na campanha eleitoral.O evento contou com a presença de ativistas de diversas cidades, como Curitiba, Paranavaí, Cambé, Rolândia, Ponta Grossa, Maringá, Londrina e Apucarana e de candidatos a deputado federal e estadual do partido.A abertura da atividade ficou por conta de Jackeline Aristides, presidente do Diretório Municipal do PSOL-Londrina e candidata a deputada estadual, que trouxe a todos a trajetória recente do partido em Londrina, destacando a atuação no movimento estudantil, movimento de moradia, feminista e na área de saúde. Jackeline também apresentou as bandeiras de sua candidatura a deputada estadual. Valmor Venturini destacou em sua fala sua trajetória de mais de 30 anos de militância em movimentos populares e sociais, desde o movimento estudantil na UFSM até os conselhos populares em Londrina. Apresentou também suas principais propostas como candidato a senador, como a defesa da reforma agrária, a divulgação do Plebiscito Popular pelo Limite da Propriedade da Terra, o investimento de 10% do PIB em educação e a defesa das bandeiras dos movimentos sociais. Após a fala de Valmor, vários presentes fizeram suas saudações. Róbson dos Santos, liderança popular da comunidade Vila feliz; Rachel, estudante de biologia da UEL e militante do coletivo Barricadas; Christiane, do movimento surdo e candidata a deputada estadual; Bruno Meirinho, advogado popular e candidato a deputado estadual; Yuri Campagnaro, que leu poema em homenagem ao camarada Valmor; Will, membro da Secretaria de Negros e Negras do PSOL e candidato a deputado estadual; Vanderlei Amboni, do PSOL de Maringá; Bernardo Pilotto, trabalhador do HC/UFPR e candidato a deputado estadual; Paulo Bearzoti, suplente na chapa de Valmor e presidente do PSOL-Curitiba; Lucas Perucci, do PSOL de Londrina; Carlão, do Centro Che de Londrina; Almir Escatambulo, militante da ADEVILON e presidente do Conselho Estadual da Pessoa com Deficiência; Alisson Marques, professor de educação física na cidade de Londrina; Amarildo Crevelin, militante em Maringá e candidato a deputado federal; Delfino e Admilson, que fazem parte do PCB e vieram saudar a candidatura do PSOL ao Senado; Jonas, que faz

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Plebiscito pelo limite da propriedade da terra



Na terça à noite estivemos em reunião organizativa do Plebiscito pelo limite da propriedade da terra. O Plebiscito acontecerá na semana do dia 01 a 07 de setembro de 2010 e precisaremos da organização de comitês populares nos bairros, locais de trabalho e afins para disponibilizarmos as urnas. Necessitaremos de comitês e muita divulgação, já que a imprensa dificilmente irá cobrir o plebiscito. Assim como os outros plebiscitos já realizados no Brasil, será consultivo, e com certeza esbarrará nos interesses dos latifundiários, mas mostrará os anseios da população com relação à limitação da propriedade. As próximas reuniões acontecerão sempre as terças feiras, as 19h na APP Sindicato!

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Mais apoios para a candidatura!

Ao longo dos dois anos de atuação do Psol em ocupação na região sul fizemos muitos amigos de luta! Um deles é o Márcio e sua esposa! O Márcio pediu que fizéssemos uma faixa para ele colocar em sua carroça...

Reunião de Coordenação de Campanha! Fotos!

Só para constar, no meio temos nosso coordenador de campanha Paulo Bearzoti, ao lado, o companheiro Valmor Venturini, candidato ao senado pelo Psol Paraná. O único candidato ao senado de Londrina!

sábado, 17 de julho de 2010

Por uma candidatura socialista, feminista e classista!

Fruto do acúmulo dos debates de encontros, seminários, núcleos e atos públicos de mulheres do Psol Paraná, bem como da frente de esquerda nacional, temos um plano de governo para a defesa da mulher na perspectiva de sua inserção na sociedade nos aspectos do trabalho, saúde e educação. Levaremos a pauta da Luta Feminista como um dos eixos norteadores da nossa campanha ao lado da saúde e direito à moradia. Nesta campanha não basta ser mulher, a luta tem que ter recorte de gênero e de classe!
Saúde da Mulher, direitos sexuais e reprodutivos:

Inclusão na grade curricular dos cursos nas áreas da saúde para a inclusão do recorte de gênero, etnia e orientação sexual. Isto passa sobretudo pelo fim da reforma universitária, por universidades públicas e pela inclusão do debate da reforma sanitária e criação do SUS- Sistema Único de Saúde ; Programa de saúde da mulher que dê conta da integralidade e equidade das mulheres (negras, jovens, lésbicas, bissexuais, transexuais, idosas, e com necessidades especiais). Pela equidade e maior atenção às usuárias de saúde negras que sofrem com doenças como diabetes mellitus, hipertensão artérias, doenças sexualmente transmissíveis, hiv/aids e doenças falciformes. Pelo maior acesso aos medicamentos para o tratamento da anemia falciforme. Superando a visão biologicista e ampliando para a visão de determinantes sociais a que são submetidas as mulheres negras;Orientação para que as mulheres tenham liberdade de escolha e condições dignas, para realização do parto seja ele natural, cesariana, etc. Desta forma a mulher terá direito à escolha do profissional que irá atendê-la durante todo o pré-natal e parto;Pelo direito à maternidade. Toda mulher que optar por ter filhos, que tenha direito a saúde pública e de boa qualidade para ela e seu filho após o nascimento;

Pela ampliação das casas de parto promovendo maior humanização às mulheres durante o parto;

Pelofim da esterilização forçada, induzida ou sob coação por interferências governamentais. A mulher deverá ter acesso a outros métodos contraceptivos antes de optar por um método definitivo como a laqueadura;Incorporação dos tratamentos alternativos (não medicamentosos) na rede estadual de saúde. Isto passa pela inclusão do saber popular nas redes básicas de saúde, como por exemplo a participação das religiões afrodescendentes nas comunidades;Educação não sexista e não homofóbia para decidir sobre o seu corpo, a educação deverá transpor o âmbito individual e heterossexual do planejamento familiar para compor uma construção de direitos sexuais e reprodutivos;Acesso a contraceptivos de emergência. Os mesmos deverão ser de fácil acesso nas unidades saúde da família, propiciando maior descentraliaçã o.

Pela descriminalização o e legalização plena do aborto;Ampliação do atendimento nos hospitais dos casos de interrupção da gravidez, com atendimento humanizado às mulheres em estado de abortamento. Fazer valer o já existente Manual de Humanização no Abortamento;Acompanhamento psicológico e social a todas as mulheres que optarem pela interrupção voluntária e involuntária da gravidez;Contra a exigência do B.O. para a realização de abortos decorrentes de casos de estupros, pois necessitamos de rapidez na contracepção de emergência;

Pelo fim da CPMI do aborto que criminaliza as mulheres e profissionais de saúde, que fere a ética do sigilo dos prontuários das usuárias;
Pela integralidade do III PNDH com relação ao tema da legalização e descriminalizaçã o do aborto;
Pelo fim da invisibilidade da mulher lésbica. Por contraceptivo adequado as mulheres homossexuais;Direito a adoção de crianças por mulheres lésbicas;Acessibilidade à intervenção cirúrgica relativas à identidade de gênero, para mulheres transexuais, bem como tratamentos e acompanhamentos especializados, inclusive jurídicos;Pela livre manifestação afetivo-sexual das mulheres não heterossexuais. Garantia, respeito, valorização e visibilidade da orientação afetivo-sexual.Pelo fim das terceirizações dos profissionais de saúde e das OS e Fundações de Direito Privado na Gestão do SUS! Por uma saúde pública e de qualidade!

Mulher e Violência

· Serviço integrado das secretarias de estado para atendimento das mulheres em situação de violência;Criação dos centros de referencia na prevenção e combate à violência sexista; Ampliação e melhor estruturação das casas abrigos no estado, com orientação e formação profissional e infra-estrutura necessária para abrigar e assistir as mulheres e os filhos, em situação de violência, tornando tais espaços efetivamente acolhedores, de forma a repercutir no encorajamento das mulheres para enfrentar tal situação; Denúncia e punição aos agressores de mulheres, tratamento terapêutico e adequado aos agressores; Ampliação, estruturação e qualificação profissional dos serviços prestados pelas DDMs (abrirem às 24 horas em todos os dias); Capacitação para todas e todos os profissionais envolvidos nos serviços públicos passíveis de identificação das mulheres em situação de violência, como, professoras, atendentes, servidoras da saúde e das policias; Inclusão de um módulo sobre gênero, etnia e orientação sexual na prevenção e no combate à violência sexista na formação das polícias do estado; Melhorar a iluminação pública, bem como o cuidado com os terrenos baldios;

Passe livre para estudantes e desempregados (as), a carona utilizada sobretudo pelas estudantes nas universidades como forma de transporte leva muitas vezes ao assédio moral e sexual durante o trajeto; Prioridade às mulheres em situação de violência em todos os serviços públicos do estado (escola, “creche”, saúde, programas habitacionais, documentação, crédito, etc.).
A Lei Maria da Penha teve avanços e retrocessos. O dever do Estado em representar (BO) contra o agressor era inovadora na Lei Maria da Penha, porém o STJ julgou pela não obrigatoriedade do Estado nos casos de lesões leves (quebradura de braço e perna, queimadura de 3º grau, onde não há seqüelas) quando nesse caso há possibilidade da retirada da queixa. Desta forma, há perpetuação da pressão por parte dos parceiros para que as cônjuges/companheiras façam retratação, impedindo que o Estado dê andamento da ação. Devemos ser contra a “deliberação” do STF sobre a não “obrigatoriedade” da queixa!

As mulheres vitimadas não tem acesso à defensoria pública, os agressores têm acesso ainda que minimamente aos advogados “ da ativa”;

Não queremos mais policias nas ruas, queremos melhor iluminação pública, e ocupação dos espaços vazios com moradia e função social;

Criação de novas varas especiais de mulheres e melhor estrutura para as varas já implantadas;

Garantia de intérprete de surdos nas delegacias de mulheres;

O tráfico internacional de mulheres permanece com bastante vigor submetendo nossas mulheres, principalmente de regiões empobrecidas, o combate ao tráfico nos remete à várias implicações sócio-econômicas;


sexta-feira, 16 de julho de 2010

Políticas Públicas- contribuição

Políticas Públicas de Saúde num contexto capitalista, privatista e neoliberal

A saúde compreende políticas sobre moradia popular, saneamento, educação e emprego, que obviamente tem impacto sobre o processo saúde-doença. No I Seminário de Políticas Públicas do Psol Londrina pudemos vislumbrar os limites das políticas públicas num contexto capitalista, de crise mundial, de poucos investimentos sociais e na área da saúde por parte do Estado, em detrimento de investimentos cada vez mais maciços no setor privado. As políticas públicas estão embricadas em um contexto de mediação de conflitos, de disputa de recursos e de áreas temáticas, com restrita participação popular de orçamento “nada participativo”. Segundo uma das maiores pesquisadoras brasileiras no tema, Celina Souza (2007), as políticas públicas são resultado em grande parte da competição eleitoral, da autonomia dos governos locais, levando ao clientelismo e paroquialismo, e sobretudo centrado em atores individuais que decidem sobre todo o processo de viabilização das políticas públicas. Perpetuando-se assim programas reformistas de Estado, norteados pelo institucionalização, com métodos tecnocratas e burocratizantes. Ao mesmo tempo em que observamos o Estado mínimo para os problemas da população, com a diminuição progressiva de recursos para áreas prioritárias, como a saúde, também ressaltamos a participação expressiva das ONG´s, OSCIP e das Fundações de Direito Privado na saúde. A autora Elisa Reis (2007) também corrobora com esta afirmação na medida em que coloca a forte presença da “terceira via” nas políticas públicas. Esta mercantilização leva a saúde a ser tratada como negócio rentável e por isso mais sujeita às terceirizações e à precarização das condições de trabalho, que diretamente atingem a qualidade dos serviços de saúde. Estes aparelhos de saúde incorrem em menor controle social, bem como maior vulnerabilidade de desvios de recursos públicos.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Nossa contribuição sobre a discussão das drogas no Brasil

Patologização dos usuários ou criminalização: contribuição para o debate de descriminalização e legalização das drogas.

O debate do combate ao crack ganha destaque nas pautas eleitorais deste ano. Por um lado vemos o setor liberal, expondo o debate da descriminalização da maconha, num sentido mais restrito aos consumidores da classe média, e com uma clara conotação de apelo à juventude que utiliza em termos de votos. Sem qualquer debate aprofundado e sem ampliar a questão para a criminalização da juventude da periferia, logicamente que não era de se esperar tal nível de contextualização advindo do setor mais abastado. Neste mesmo caldo, há aqueles que ainda consideram este projeto como ultrajante, ferindo os preceitos morais, éticos e religiosos. Há ainda aqueles que falam em enfrentamento acirrado à droga, no caso o crack, e consequentemente ao usuário por meio do incremento no aparato policial e repressor. A repressão do consumo de CRACK tem demonstrado um incremento no tráfico de outras drogas, quer dizer que o ciclo das drogas permanece, ou seja, é pouco eficaz o combate acirrado ao tráfico. Tanto no modelo que se segue com o aumento das vagas em hospitais, nos remete ao controle estatal do “ser usuário”, todos dois se mostram como repressores, o último também demonstra a preservação da propriedade privada. O aumento das vagas em hospitais trata o usuário de forma “patologizante”, e é uma forma de aumentar a participação dos hospitais privados que querem a todo custo reverter o processo da Reforma Psiquiátrica e da Luta Antimanicomial, seja por meio de clínicas, seja por meio de hospitais, numa classe reversão ao modelo manicomial, médico-centrado, biologizante e excludente. Ferindo sobretudo os preceitos do Sistema Único de Saúde como saúde pública de qualidade. Neste bloco realçamos a defesa dos partidos da ordem: PTx PSDBx PV.
O PSOL tem que se diferenciar destas formas de “enfrentamento” do tema num viés socialista, de legalização de todas as drogas, com a disponibilidade de serviços públicos de redução de danos, na troca das drogas devastadoras como o crack e inalantes por drogas menos prejudiciais e acompanhamento irrestrito e público dos usuários que assim o desejarem. Não podemos nos contentar somente com a necessidade de ir e vir, mas temos que ampliar o horizonte para a criminalização da juventude pobre e sobretudo negra da periferia com relação às drogas.
Feito este debate, não podemos nos esquecer do marketing e do capitalismo na venda e no apelo das drogas, velocidade de propagação só alcançada neste sistema. As propagandas de álcool são veiculadas quase todos os dias na TV, as de tabaco ganham espaço nos países pobres, principalmente entre as mulheres. Para estas há um apelo dos cigarros mais “afinalados”, possuindo forma da “silhueta” dos dedos das mesmas e com odor mais agradável, ou com “deusas” fortemente veneradas fumando nas embalagens. Trazendo para o contexto ocupacional, veremos trabalhadores das zonas produtoras de tabaco, diga-se de passagem as mais pobres, morrendo precocemente pela liberação de “pós e resíduos” na produção e transporte das folhas de tabaco que ocasionam doenças pulmonares, entre eles o câncer de pulmão e laringe. Para piorar, a maioria deles são dependentes do tabaco pelo manuseio e pelo desgaste físico do trabalho, e gastam boa parte de seu salário com o consumo do tabaco. As drogas sintéticas são apelativas, as balas de ecstasy e o adesivo de LSD são coloridos, tem formas agradáveis, com desenhos em formas de interrogação (?) estimulando a experimentação, sobretudo são de fácil consumo e passam despercebidas por um tempo entre os pais e amigos. Cresce o número de mulheres, sobretudo “donas de casa” dependentes de emagrecedores e de benzodiazepínicos nas unidades de saúde, num claro marcador de mercantilização do corpo e do enfrentamento da vida. Entre os homens cresce também o uso de hormônios de crescimento e anfetaminas, demonstrando mais uma vez a velocidade e a competitividade que somente o capitalismo produziu.


Jackeline Lourenço Aristides, é candidata à deputada estadual, presidenta do PSOL de Londrina-PR, Coletivo Socialismo e Liberdade, enfermeira, especialista em Saúde da Família e Saúde Mental. Mestranda em Saúde Coletiva.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Depois das denúncias de maus-tratos em hospital psiquiátrico, coloco à disposição contribuição eleitoral sobre o tema!

Saúde Mental, Reforma Psiquiátrica e Luta Antimanicomial

A história da psiquiatria mostrou ao longo dos séculos várias conceituações de “Louco” e tratamento a estas pessoas. Na antiga Grécia tínhamos os loucos sendo tratados como cidadãos e por isto mesmo poderiam tranquilamente freqüentar a Pólis. Anos depois Hipócrates avançou cientificamente, colocando a doença mental relacionada aos “humores” secretados pelas glândulas. Na Idade Média temos um retrocesso, onde a Igreja passa a tratar os “doentes mentais” como impuros, endemoniados e por isto mesmo passíveis de serem exorcizados, para pagar penitência e alcançar o “reino dos céus” deveriam fazer jejuns prolongados e muita oração. Séculos depois, o médico francês Phillipe Pinel rejeitou as práticas que traziam choque térmico e injúrias aos pacientes e instaurou a observação dos mesmos para um tratamento apropriado. Na década de 70 temos a inauguração de uma nova visão para as pessoas em sofrimento psíquico, o psiquiatra Franco Basaglia fecha os manicômios na cidade de Trieste na Itália, libertando os pacientes para convívio social. Sua orientação anarquista deixava claro que ninguém havia nascido para morar em um hospital, e qualquer forma de institucionalização proposta pelo Estado era prejudicial à cura e reabilitação. Na mesma época no Brasil, temos os estudos de Nise da Silveira, psiquiatra e comunista do PCB, que também já apontava rumos no sentido da desospitalização e terapias promovidas por toda a equipe multiprofissional. A criação do primeiro Caps- Centro de Atenção Psicossocial no Brasil em 87, juntamente com a promulgação da 8ª Conferência Nacional de Saúde e a promulgação da Constituição de 88 que estabelecia o SUS como política de Estado, ajudou no processo de construção da luta antimanicomial. Tal luta tem como premissas a desospitalização, e as diretrizes do SUS como integralidade, equidade e universalidade, bem como traz um resgate sobre a saúde mental dos trabalhadores de forma geral. A luta antimanicomial emana dos usuários, família e profissionais de saúde mental, e ainda encontra nos dias de hoje o forte adversidade do lobby das indústrias multinacionais farmacêuticas e do corporativismo médico que quer a todo custo deter a hegemônia do acompanhamento dos usuários de saúde mental. O enfrentamento do partido socialista neste sentido, deve ser a do combate aos proprietários de hospitais privados que propagandeiam a prática hospitalocêntrica como norteadora da política de saúde mental, juntamente com o acúmulo crescente de recursos advindos do SUS para ampliação de vagas nestes hospitais.
Trazendo este problema para a realidade local temos o Paraná como o quarto estado brasileiro em número de leitos psiquiátricos, e conta apenas com 22 CAPS em todo o Estado, existindo apenas três residências terapêuticas. A construção de leitos psiquiátricos em Hospital Geral como os HU´s nunca se apresenta como proposta prioritária para o governo estadual. Neste sentido, a tarefa do PSOL mostra-se prioritária na construção de movimentos populares de saúde junto aos usuários de CAPS, família e comunidade, e nos programas de governo o eixo norteador deve ser sobretudo a luta pelo fortalecimento do SUS, por uma saúde pública e de qualidade, e por uma construção permanente da Luta Antimanicomial. Isto passa pela construção de novos CAPS, acesso aos medicamentos de alto custo, ampliação dos leitos em hospital geral, fechamento dos hospitais psiquiátricos, ampliação do programa “De volta para Casa” e criação de novas residências terapêuticas. Isto passa sobretudo pelo aporte adequado do Estado para a família e para os profissionais de saúde. Os usuários de drogas devem ter o apoio necessário para o tratamento em CAPS AD- álcool e drogas, acompanhado da bandeira prioritária de descriminalização das drogas em todo o território nacional. Tema que não pode cair no moralismo, e muito menos pelo envolvimento de aparatos burgueses de segurança pública, que extermina a juventude todos os dias na periferia das cidades. A redução de danos deve ser política pública em todos os equipamentos de saúde, e o número de redutores de danos deve ser ampliado, bem como o número de NASF (Núcleos de Atenção à Saúde da Família) que dá suporte ao apoio matrical dos CAPS nas equipes saúde da família. Para a contratação de profissionais nossa política será a da realização de concursos públicos e pelo fim da terceirização e das OS/OSCIPS e Fundações de Direito Privado na gestão da saúde. O PSOL deve ter como tarefa primordial a luta pelo fim do atrelamento da saúde pública às metas e financiamento do Banco Mundial, aumento das verbas públicas na saúde, principalmente pelo governo estadual, e pela regulamentação da PEC- 29 pelos deputados, só assim poderemos de fato estabelecer políticas públicas compatíveis com a luta antimanicomial.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Lançamento da campanha com vídeo sobre movimento popular da região sul

Plataforma Eleitoral da Candidatura à deputada estadual

Jackeline Deputada Estadual 50.150

PS -O-L

Jackeline é enfermeira, especialista em saúde da família e saúde mental e mestranda em saúde coletiva pela UEL. Preside o diretório do PSOL de Londrina e participa ativamente do núcleo feminista “8 de março”, núcleo de “movimento popular” e fórum de saúde. Apresenta uma candidatura militante, na luta pela classe trabalhadora, lado a lado com os movimentos sociais! Suas bandeiras são de saúde, luta antimanicomial e moradia popular:

Luta antimanicomial

Empresários mantém instituições psiquiátricas com dinheiro público, pessoas são mantidas em situação humilhante, no isolamento, privadas de liberdade e sem possibilidade de recuperação. Precisamos de uma política que cuide das pessoas e não voltada para o lucro.

Por isso defendemos:

Criação de leitos psiquiátricos em hospital geral;

Ampliação do número de CAPS I e III por todo o Paraná;

Políticas efetivas de redução de danos;

Contratação de mais trabalhadores capacitados em saúde mental, por meio de concurso público e política de valorização do profissional;

Estímulo à criação de residências terapêuticas.

Direito à moradia digna

Milhares de pessoas no Paraná não têm acesso à moradia. São pessoas vivendo em fundos de vale, ocupações irregulares, pagando aluguel ou junto a familiares. O acesso à moradia é uma garantia prevista na constituição, mas não tem sido respeitada pelos sucessivos governos. Só em Londrina há mais de 39 mil pessoas na fila da COHAB. A política habitacional tem favorecido somente as construtoras. Em Londrina a previsão é construir através do Programa “Minha Casa Minha Vida” apenas 5 mil moradias, ou seja, 34 mil pessoas permanecerão sem casa.

Também a moradia deve ser encarada como um direito, e não ser deixada à mercê das regras do mercado. Por isso defendemos:

Combate à especulação imobiliária;

Destinação de terrenos vazios em espaço urbano para a construção de moradias populares;

Incentivar a construção de casas em regime de mutirão;

Fim da contratação de empreiteiras, realização de concurso público para contratação de trabalhadores da construção civil;

Incentivo aos movimentos que lutam por moradia e ocupação urbana.

Acesso à saúde

Lutaremos por uma saúde 100% pública e de qualidade. Aliando-se aos interesses da população. O problema da saúde pública não é somente a gestão ineficiente dos recursos, o governo do estado aplica apenas 2% do seu orçamento na área da saúde e praticamente nenhum recurso para a atenção básica.

Nos posicionamos radicalmente contra qualquer tipo de terceirização e privatização da saúde;

Os recursos públicos deverão ser aplicados apenas na saúde pública e não na iniciativa privada;

Lutar para que o governo do Paraná aplique na saúde maiores recursos com saúde e com a atenção básica!

Plínio Sampaio Presidente 50!

Luis Felipe Governador 50!

Valmor Venturini Senador 500!