08 de Março: Por uma sociedade de todas as mulheres! Relembrando bandeiras históricas do feminismo em nosssa campanha à deputada estadual!
No dia 08 de março, nós mulheres feministas, revivamos a dura realidade das mulheres exploradas pelo capitalismo, pelos patrões nas fábricas, nas casas de família, na exploração direta de seus corpos pela exploração sexual e pelo tráfico internacional de mulheres, que mutila corpos e sonhos na busca de uma vida melhor. Reflitamos sobre o desemprego que atinge mais severamente as mulheres em tempos de crise mundial, principalmente as mulheres negras, que sofrem duplamente o preconceito e o racismo. Lembremos das mulheres que não foram acolhidas pelo Estado quando denunciaram seus “parceiros” e que foram duramente assassinadas, ou das mães que não tem “creche” para seus filhos quando precisam trabalhar. Reflitamos sobre a violação dos direitos da mulher quanto deputados homens querem criminalizar a todo custo aquelas que de alguma maneira tiveram o aborto atravessado em suas vidas. E, por fim combatamos a educação sexista, homofóbica que persegue nossas companheiras lésbicas e bissexuais! Não nos conformemos com a opressão de gênero e de classe! Viva a luta das negras, indígenas, pardas, lésbicas, trabalhadoras, mães solteiras, mas acima de tudo mulheres!
- Pelo fim da CPMI do Aborto que quer prender mulheres que sofreram aborto por meio da investigação criminosa em prontuários antigos, quebrando sigilo ético de seus prontuários médicos!
- Pela garantia absoluta de acesso dos filhos às vagas do Centro de Educação Infantil!
- Não à criminalização do aborto!
- Pela liberdade de orientação sexual!
- Pelo fim da educação sexista e homofóbica, por uma educação laica!
- O Programa Nacional de Direitos Humanos deve manter espaço contra a criminalização do aborto, não deve ser instrumento eleitoreiro do governo Lula!
___________________________________________________________________________
Como vivem as mulheres hoje?
As condições de liberdade e os direitos da mulher já foram muito mais restritos do que vivemos hoje. Sim, temos vitórias, obtivemos avanços. Porém, a realidade de muitas mulheres, no Brasil e no mundo, mostra que algumas conquistas não são para todas. Ouvimos falar em igualdade de gêneros e que a mulher alcançou seu lugar na sociedade. Mas que lugar é esse? Essa igualdade entre homens e mulheres acontece de fato?
Igualdade estranha essa em que é sempre a mulher a responsável por cuidar da casa e dos filhos, e no mercado de trabalho, onde ela conquistou seu lugar, a mulher chega a receber 35% a menos que o salário médio de um homem na mesma profissão. Mais estranho ainda, saber que no Brasil, à cada 15 segundos uma mulher é espancada por um homem. Mas, como dizem: em briga de marido e mulher, não se mete a colher.
E já que é a mulher quem carrega uma gestação por nove meses, sofre todas as mudanças de vida e de corpo para depois cuidar dos filhos (muitas vezes, sozinha), por que não é a própria mulher quem decide por isso? Porque não é aceito que a mulher decida sobre seu corpo e sua vida? Você sabia que se uma mulher decidir por não ter um filho e realizar um aborto ela pode ser presa? Esta em vias de criação a CPI do aborto, para criminalizar e punir ainda mais as mulheres que optem por tal prática. O número de abortos realizados por ano passa de um milhão só no Brasil. Destas mulheres, cerca de 200, em sua maioria pobres e negras, morrem vítimas de complicações resultantes de procedimentos clandestinos. Por conta desta situação alarmante de saúde pública no nosso país, na elaboração do III Plano Nacional de Direitos Humanos, lançado em novembro de 2009, a própria sociedade se organizou e reivindicou a legalização e descriminalização do aborto. Uma defesa da vida dessas mulheres que optam por não terem seus filhos! Mas o estado brasileiro se mostrou submisso aos setores da Igreja que o pressionaram e o governo Lula retirou o ponto que tratava da legalização do aborto. Desta forma, milhares de mulheres continuarão pondo suas vidas em risco! Mais recentemente, em maio deste ano, acaba de ser aprovado na Comissão de Seguridade Social e da Família o Estatuto do Nascituro, um projeto elaborado pelo deputado Luís Bassuma (PT- BA, atualmente no PV) e Miguel Martini (PHS-MG), que determina o nascituro como portador de direitos desde a “concepção”. Essa definição extirpa até as duas únicas situações atuais em que o aborto é legal em nosso país: em caso de estupro ou quando há riscos para a vida da mãe. Isso fere diretamente a autonomia feminina no que diz respeito ao direito de decidir sobre o próprio corpo. E com a criminalização e falta de apoio do Estado no que se refere a condições de saúde necessárias para um aborto seguro, muitas mulheres se submetem a métodos arriscados de aborto, como chás concentrados e uso abusivo do Cytotec, o medicamento abortivo mais utilizado hoje. Veja bem, não se trata de defender que toda mulher faça aborto, mas sim, que ela tenha a possibilidade de fazê-lo com acompanhamento médico e psicológico adequados para tomar tal decisão. Reivindicamos a necessidade de meter a colher, SIM em toda essa situação!!! E lutar contra a opressão e exploração que as mulheres sofrem todos os dias em suas casas e nos seus trabalhos.
Chega de violência contra a mulher!
Pela ampliação de delegacias da mulher e que fiquem abertas 24 horas;
Para profissões iguais, salários iguais!
Contra a CPI do aborto; contra a criminalização da mulher.
Pela integralidade do III Plano Nacional de Direitos Humanos! A mulher deve ter o direito de decidir sobre seu próprio corpo; Com educação sexual para prevenir, contraceptivos para não abortar e aborto seguro para não morrer.
Pela libertação da mulher do trabalho doméstico; que o Estado se responsabilize e construa creches, restaurantes e lavanderias públicas.